19 de maio de 2011

Não basta apagar o fogo...


Os Espíritos vinculados à humanidade terrestre não pertencem mais aos mundos primitivos: adquiriram consciência de si, desenvolveram a inteligência, não são mais movidos exclusivamente pelos instintos, seus sentimentos despontaram e o uso de seu livre-arbítrio foi ampliado.

Estas características colocam os Espíritos num patamar evolutivo onde a responsabilidade individual aumenta sempre. Sua inferioridade espiritual já não é originada pela ignorância e simplicidade de almas recém criadas, mas pelas imperfeições morais que ainda mantém ao optar por contrariar a Lei de Amor.

O progresso dos Espíritos é estimulado pelos resultados que obtêm com suas escolhas. A Lei de Causa e Efeito oferta retorno daquilo que foi realizado, fazendo-os seguir rumo a perfeição, primeiro através do sofrimento, sentindo o que o outro sentiu com suas atitudes; e posteriormente, através do Amor que, oferecido, volta-lhes com ainda mais intensidade.

Mas, neste planeta de Expiações que é a Terra, nem todos são facilmente convencidos que o melhor caminho é o do Amor, e apenas quando o sofrimento se lhes apresenta, começam a cogitar uma mudança de comportamento. Isso provoca três possí-veis estados condicionais das encarnações: as EXPIAÇÕES, as PROVAS e as MISSÕES.

EXPIAÇÃO

Expiar consiste em sentir aquilo que se fez outrem sentir. É indício de inferioridade do Espírito, pois somente expia aquele que errou. Emmanuel, em "O Consolador", afirma que a "EXPIAÇÃO é a pena imposta ao malfeitor que comete um crime". Ora, aquele que destrói algo que pertence a outra pessoa, somente perdendo o que lhe pertence compreenderá o mal que seu gesto destrutivo gerou. A EXPIAÇÃO, portanto, é o primeiro passo educativo da alma, que sem o sofrimento, não compreenderia que anda por caminhos equivocados. As EXPIAÇÕES são sempre dolorosas, e estão ligadas condicionalmente a uma falta, causando o despertamento através do sofrimento correspondente, como efeito educativo.

PROVAS

Provar significa mostrar através de atitudes que já se absorveu um conteúdo. De certo modo, cada encarnação é uma PROVA. Como na vida escolar, faz-se prova daquilo que é preciso comprovar que foi aprendido. Ela causa um grau de esforço, o que pode gerar sofrimento. As expiações, se bem vivenciadas, podem servir ao mesmo tempo de PROVA, mas uma prova não significa necessariamente ser também expiação. Depois de expiar, a alma pode pedir uma experiência que lhe dê oportunidade de mostrar que não mais incorrerá no mesmo erro. O sucesso perante a PROVA faz concluir que o Espírito já adquiriu nova virtude. Segundo Emmanuel, ainda em "O Consolador", "a PROVA é a luta que ensina ao discípulo rebelde e preguiçoso a estrada do trabalho e da edificação espiritual". Ela não está vinculada a uma falta, representa antes luta pela evolução moral.

MISSÃO

Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Capítulo V, item 9, diz-se que "um Espírito querendo avançar mais, solicita uma missão, uma tarefa, pela qual será tanto ou mais recompensado, se sair vitorioso". Significa que MISSÃO é a tarefa específica a que se propõe um Espírito, com objetivo de evoluir enquanto é útil aos outros. As MISSÕES podem ser pequenas - pais, educadores, por exemplo - ou grandes - fazer descobertas científicas, levar uma sociedade a desenvolver bons valores, etc. Elas pressupõem sempre uma certa evolução no sentido da missão, são específicas, e focam no progresso de algo ou alguém.

As almas na Terra ainda erram por carregarem em si imperfeições morais. Mas não basta apagar o fogo, através da EXPIAÇÃO, apagar o fogo dos sofrimentos causados pelos enganos, ferimentos, intrigas, injustiças, crimes. É preciso também PROVAR que, uma vez colocadas em situações semelhantes, já não recairão nas armadilhas das antigas tentações.

Uma vez eliminada em si a acomodação no mal, a alma distribuirá a seiva da vida em MISSÕES de Amor, e assim, como deve ser, o próximo progredirá com ela.



Este texto também pode ser encontrado no Jornal À Luz do Espiritismo.

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Um comentário:

  1. Muito bom e oportuno. Esses conceitos geralmente são esquecidos ou desconhecidos da maioria dos espíritas.

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